Da boca do Rei do Fígado ao seu prato: Por dentro do controverso mundo do influenciador

Em qualquer dia, aninhado em um enclave à beira do lago ao norte de Houston, você pode encontrar o Liver King inspecionando sua corte.

Seu reino abrange duas propriedades multimilionárias: onde ossos de animais, pôsteres motivacionais e troféus de caça adornam as paredes, halteres enferrujados cobrem o chão da garagem e o armário está cheio principalmente de shorts esportivos. A culinária é tão real quanto curiosa: órgãos de animais crus se misturam com garrafas de plástico rotuladas como "Suplementos Ancestrais", o principal impulsionador da marca do Rei do Fígado.

Desde o momento em que ele explodiu na esfera da mídia social em 2021, as pessoas têm se perguntado quem exatamente é o Rei do Fígado? Seus músculos salientes, barba espessa e estética descuidada atraíram milhões de seguidores e muitos odiadores para o estilo de vida de sua família: que ele chama de "vida ancestral".

Mercearias e academias globo são raridades no léxico do Liver King. Ele cria e abate seu próprio gado para colher e consumir seus órgãos crus, sofre com exercícios extremos, como marchar uma milha carregando o dobro de seu peso corporal, e enfatiza uma conexão mais profunda com o ar livre e uma conexão com a natureza.

"Quem precisa de vegetais quando você pode ter testículos?" é um dos mantras do Rei do Fígado.

E enquanto este gladiador moderno compara seu estilo de vida a uma era mais paleolítica, o Rei do Fígado é um dos principais influenciadores de fitness de hoje, com milhões de seguidores no Instagram e TikTok encantados com seu estilo de vida e dieta.

"Eu sempre digo às pessoas... o que vendemos é uma visão do estilo de vida ancestral", disse o Rei do Fígado a Matt Gutman, da ABC News, em uma entrevista para "Impact x Nightline", agora transmitido no Hulu. "Acontece que vendemos alimentos que são alimentos do início ao fim em uma conveniente cápsula de gelatina."

Mas o trono da mídia social do Rei do Fígado vem com advertências de especialistas em saúde, que alertam contra o consumo de carne crua ou mal cozida devido ao risco de doenças ou infecções.

Antes de o Liver King adotar seu nome de guerra real, ele usava seu nome verdadeiro: Brian Johnson.

Embora o Brian Johnson de hoje diga que é uma pessoa completamente diferente depois de mudar seu estilo de vida: ele e sua família vivem de acordo com o que chamam de nove inquilinos ancestrais: comer, dormir, mover, proteger, conectar, frio, sol, luta e união. Cada um se refere a uma prática diferente que Johnson – ou o Rei do Fígado – sugere que levará a uma vida melhor.

A história deles, no entanto, está longe de ser tradicional: Johnson, 45, e sua esposa Barbara, a quem ele agora se refere como a "Rainha do Fígado", já foram donos de uma clínica odontológica.

Barbara era a dentista e Brian possuía uma participação no negócio e na propriedade. Mas o casal diz que as dificuldades nos negócios os impediram de passar tempo com seus filhos, os "Liver Boys". Bárbara finalmente decidiu se aposentar.

Deixando sua vida corporativa para trás, Johnson disse que a família se dedicou ao seu "estilo de vida ancestral" e afirmou que o compromisso estimulou mudanças dramáticas na saúde de seus filhos.

Em 2015, Brian e sua esposa decidiram abrir suas próprias empresas que vendem suplementos com base em seu estilo de vida.

Johnson disse que criou a persona do Rei do Fígado com base em seu mantra de que "o fígado é o rei", que funcionou em sintonia com a empresa que vende produtos como cápsulas de Fed Beef Liver.

"Eu costumava dizer que comi Brian Johnson, costumava dizer que matei Brian Johnson. Aquele cara se foi", disse ele. "Eu diria que Brian Johnson era o cara corporativo que não viveu a vida ancestral."

Há pouco menos de dois anos, Johnson trouxe o físico, a personalidade e o estilo de vida exagerados do Rei do Fígado para um novo reino quando começou a usar a mídia social para promover a si mesmo e suas marcas, e se tornou um sucesso instantâneo.

Em seis meses, ele disse que tinha mais de um milhão de seguidores no Instagram e no TikTok.

"Comecei a fazer isso. Odiei", disse Johnson ao Impact. "Eu era horrível na frente da câmera ... eu estudava todos os vídeos que fazia. Eu pensava: "Não quero fazer isso. Deixe-me torná-lo melhor. Oh, aqui é onde eu posso torná-lo melhor. Ei, eu poderia me divertir mais."